Existem dados sobre a eficiência energética de data centers?
De acordo com o Relatório de Sustentabilidade de 2022 do Google, a capacidade de armazenamento de dados em nuvem de computação é hoje sete vezes maior do que há cinco anos. E um dos grandes desafios para o mercado de data centers é reduzir o consumo de energia para contribuir com as metas ambientais e de negócios de forma que a indústria de dados possa evoluir priorizando a eficiência energética e a diminuição da utilização de metais pesados.
Desde 2018, o Uptime Institute tem alertado sobre a probabilidade de regulações governamentais mais rígidas e maior pressão pública em relação à sustentabilidade das instalações de data center.
De acordo com as análises do Uptime Institute, até 2030, ao passo que as organizações falhem nos objetivos de sustentabilidade e nos requisitos legais, as punições devem ser mais rígidas, frequentes e custosas do ponto de vista financeiro e operacional.
Melhorias são esperadas à medida que a obtenção de energia limpa, ou renovável seja uma realidade para a indústria de data centers. Boas práticas, como a separação do ar quente e frio e até a construção de centros de dados inteiros concebidos para minimizar ineficiências energéticas, além da substituição de sistemas de refrigeração mais antigos e menos eficientes pelos mais novos, já representam importante redução do PUE em nível global, como se pode observar no gráfico disponibilizado pelo Uptime Institute, em 2023.
PUE anual médio de Data Centers (n=567)
Figura 3: Ganhos de eficiência energética estão estagnados
Entretanto, os dados indicam certa estagnação nos ganhos de eficiência energética nos últimos anos. Ao que parece, as melhores práticas implementadas nestes primeiros anos de métrica PUE parecem ser aquelas que não exigiram investimentos substanciais e sim alterações em processos com aportes financeiros relativamente pequenos e incrementais. Observe a lista de melhores práticas para a redução do PUE, compiladas pela, um dos principais Centros de investigação científica e acadêmica da Europa:
Figura 4: Práticas mais implementadas para a eficiência energética de Data Centers, segundo o Código de Conduta da Comissão Europeia
Avanços adicionais precisarão de maiores investimentos, de foco e envolvimento da indústria de TI com as metas ambientais de curto, médio e longo prazo. A Comissão Europeia também publicou as práticas menos implementadas, que incluem além de mudanças estruturais na cultura organizacional das empresas de Tecnologia da Informação, alterações operacionais estratégicas que envolvem investimentos e riscos operacionais, conforme está demonstrado na figura abaixo:
Figura 5: Práticas menos implementadas para a eficiência energética de Data Centers, segundo o Código de Conduta da Comissão Europeia
Em certo sentido, se observarmos em perspectiva, podemos afirmar que a trajetória dos data centers já conta uma história bastante positiva. Os servidores têm observado aumentos consistentes na eficiência energética nas últimas décadas, permitindo que os operadores de infraestrutura aumentem constantemente a capacidade computacional, ao mesmo tempo que reduzem o consumo de energia, através da atualização de hardware.
Mas, as oportunidades de economia energética são tão grandes, que se forem totalmente implementadas poderiam reduzir significativamente o consumo dos data centers globais.
Um data center com mais de cinco anos de operação, que correspondem 40% dos servidores em utilização hoje, representam 66% da energia total consumida, mas contribuem com apenas 7% da capacidade computacional atual, conforme pode-se observar no gráfico:
Figura 5: Práticas menos implementadas para a eficiência energética de Data Centers, segundo o Código de Conduta da Comissão Europeia